22.5.10

5 meses da pior comida que eu já comi.
Claro que eu já comi coisa muito pior, mas a gente dá uma garfada e deixa de lado ou come por educação e aprende a não aceitar de novo, mas tantos meses consecutivos nessa situação de ou come, ou come todo dia, nunca.
Aqui em casa até que rola uma salsichinha de soja, hamburguer e cogumelo de vez em quando, o que na teoria é bem bom, mas absolutamente tudo tem o mesmo gosto: ruim e sem sal.
Eu fico feliz quando tem espaguete mole com molho de lata, quando o purê de batata não está esfarelando e quando a salsicha está no molhinho de tomate, é festa.
E depois de 4 meses fazendo comida pra gente todos os dias, a anfitriã manda um "fiz macarrão com atum. Nem peixe vocês comem?"
Carne não dá, nem peixe, mas o resto a gente come, aprende a relevar uma coisa ou outra e fica feliz de saber que já já acaba.
O que resulta disso tudo é que a gente sente desejos de comida saborosa. Acordo com vontades e não tem nenhum tipo de comida que se eu fecho os olhos e imagino, não começo a salivar. Dai a gente sai, e come. Vamos em todas as lanchonetes, pizzaria, restaurante italiano, restaurante italiano pero no mucho, japonês, mexicano, chinês, indiano, cupcake, chocolate, panqueca, frito, assado e cozido. E quando a gente chega em casa, tem o prato pronto em cima do fogão, todo suado porque cobriram com filme plastico enquanto ainda estava quente. O aspargos marrom, o arroz suado, o cogumelo sem sal, o tofu puro. E a gente come, pra não ir pro lixo. Liga a tv e enfia goela abaixo, daí no dia seguinte voltam os desejos.
E a barriga aumenta.

2.5.10

E teve a volta...

Então tá

Logo depois do stress da prova a gente entrou num trem pra Oregon, a primeira viagem de trem de verdade.
Lá teve show, encontramos com o Mateus, passamos um dia ótimo em Seattle, Space Needle, Fantagraphics e tal.
Teve parque de diversão, go kart, comida da Etiopia, patinação, donuts, burritos, corn dogs, mais shows, chuva, sol e amigos.
Esse post eu também tinha escrito faz tempo. De algum dia quando ainda tinha um venezuelano emo de 16 anos morando no quarto do lado. É bem simples e eu sei que não tenho lá aqueeeela diferença de idade pra poder falar, mas é verdade.


adolescente acho que é o pior tipo de gente que existe.


Ainda bem que ele foi embora. Ele e a avó filipina. E o brasileiro Hollister também. A gente ainda aguenta sopa de cabeça de peixe, orelha de porco frita e cozidão de caranguejo com leite, mas as coisas vão melhorando.

post de março.

Isso aqui já faz um tempo que eu escrevi e tinha resolvido não postar. Mudei de idéia.

As coisas aqui já começaram a entrar um pouquinho na rotina. A gente pega o onibus sempre no mesmo ponto na hora certa, desce na mesma estação, anda pelas mesmas ruas até chegar na escola e a mesma coisa no caminho de volta. Dá pra reconhecer o pessoal do ponto, os motoristas, quem entrega jornal na porta do skytrain, os atendentes da lojinha de café...
Mas sempre tem uma coisa ou outra me faz lembrar que é tudo diferente e me deixa impressionada que eu realmente estou aqui faz um tempo e vou ficar muito mais.
Pode ser só sair de casa e ver os jardins cobertos de neve, olhar pro lado e ver a rua limpa, cheia de casinhas sem muro ou ver a primavera chegando de verdade, as arvores florindo, aquele canteiro do vizinho que parecia só um monte de terra enchendo de tulipas coloridas... sempre tem alguma coisa.
Eu já falei dos corvos, que agora viraram bicho normal, mas hoje a gente viu um raven revirando a lata de lixo. Em português é tudo corvo, como se fosse igual, mas crow é uma coisa e raven é outra, definitivamente. Até que se parecem bastante, os dois são bem pretos e reviram lixo, só que o raven é tipo um crow de Itu! Quando ele apareceu, foi como se a gente entrasse naquela fase do Mario World que tudo fica gigante. Um corvo já é um passaro bem grande pra se ver na cidade, bem maior que um pombo, mas isso que a gente viu hoje é absurdo! Olhando na internet não dá pra entender muito bem a diferença de tamanho, mas é como uma águia ou sei lá o que, se é que eu já vi uma águia antes.
E tem os gansos também. Já tinha visto o filme deles migrando pro norte, a imagem na moeda de dois dolares e tal, mas nunca tinha visto um na vida real. E a gente viu dois casais, duas vezes na mesma semana, voando por cima da cidade, fazendo um belo dum barulho pra não dar não notar.

É, aqui não é mais São Paulo, definitivamente.